quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Marcos Montes: “Endividamento depende de decisão política do governo federal”

“O ministro Guido Mantega (Fazenda) conhece bem os detalhes técnicos do problema do endividamento agrícola. Agora o que pedimos é uma decisão política”, declarou, hoje, o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, deputado Marcos Montes (DEM/MG). O desabafo foi feito depois da reunião entre o próprio ministro da Fazenda, Marcos Montes e os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes e de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
Montes destaca que os parlamentares da base do governo que militam na Comissão de Agricultura e que também integram a bancada ruralista são os mais prejudicados pelo não atendimento às reivindicações do setor pelo governo federal. “Eu falo em nome dos deputados que apóiam o governo e agora estão sendo pressionados pelos eleitores”, ressalta o parlamentar. “Está difícil conter o descontentamento dos parlamentares e o desespero dos produtores”, alertou Montes.
O governo se comprometeu, em outubro do ano passado, a apresentar ao setor, até 28 de dezembro, um programa de reestruturação do passivo agrícola. Entretanto, com o fim da CPMF, os ministros pediram novo prazo que seria 31 de março deste ano. “O problema que muitas parcelas de dívidas passíveis de serem renegociadas estão sendo cobradas pelos bancos sem que o produtor tenha condições para efetivar esses pagamentos”. O parlamentar pediu que o pagamento das parcelas de crédito agrícola, vencidas e vincendas neste primeiro trimestre do ano, possam ser prorrogadas até o anúncio do plano do governo, sem prejuízos para os produtores rurais.
O setor rural acumula débitos de investimentos e custeio há quatro anos devido à brutal transferência de renda do setor primário para outros setores. Os custos de produção aumentaram enquanto que os preços das comodities agrícolas cairam no período de 2003 para cá, derrubando a rentabilidade das lavouras. Associado a isso, o setor enfrentou graves problemas climáticos com a seca no Sul e excessos de chuvas no Centro-Oeste na safra 2003/2004, provocando grandes prejuízos à produtividade.
O cenário positivo para o a agricultura, com a recuperação de preço das principais comodities agrícolas, nesta safra, que começa a ser colhida em fevereiro, é um alento para os produtores, fortemente pressionados pelos bancos. (Assessoria Capadr/(61) 3216-6402)

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