Trigo deve ter tratamento diferenciado e controle das importações
A pedido do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), foi encaminhado um estudo aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, com sugestões para o lançamento de Plano Plurianual de Estímulo à Produção de Trigo, safra 2008. “É fundamental que se atribuam à triticultura nacional um tratamento diferenciado daquele que se costuma adotar para as culturas de verão”, explica Micheletto. O expediente encaminhado aos ministros é assinado pelos presidentes da Comissão de Agricultura, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Frente Parlamentar da Agropecuária, Valdir Colatto (PMDB-SC) e da Frente Parlamentar do Cooperativismo, Odacir Zonta (PP-SC).
Os parlamentares propõem, já para esta safra de trigo, cuja política está se definindo agora, um programa de sustentação de renda com o objetivo de se alcançar no mínimo uma produção correspondente a 50% da demanda interna, estimada em 10,2 milhões de toneladas. Para os deputados, uma das primeiras medidas de apoio ao setor seria a adoção de um rigoroso controle nas importações no período da colheita da safra nacional, ou seja, de agosto a janeiro. Eles querem ainda que o novo Plano Safra de Trigo contemple medidas de política agrícola para sustentar a renda do produtor, “mais do que aprovar normas de crédito rural, como tem ocorrido em planos anteriores”.
No estudo, os deputados justificam a instituição de um novo plano safra para o trigo diante de questões conjunturais vividas hoje pelo País, tais como dificuldade de suprimento do produto; preços elevados ao consumidor; os argentinos romperam o acordo, suspendendo o seu fornecimento e, posteriormente, taxaram as exportações do trigo em grão para o Brasil em 28%. Além disso, estima-se em 1,5 milhão de hectares ociosos e 300 mil trabalhadores disponíveis que poderiam dobrar a nossa produção interna no período de inverno, sem necessidade de novos investimentos. Para tanto, bastaria vontade política já que os fatores de produção estão disponíveis e ociosos. Com isso, se garantiria a geração de renda, emprego e divisas, aponta o estudo.
Micheletto lembra que no primeiro semestre do ano passado foi promovida uma audiência pública pela Comissão de Agricultura que resultou num documento intitulado “Carta do Trigo”, onde constam as sugestões para se alcançar a auto-suficiência do produto. Na ocasião, diversos segmentos ligados ao agronegócio se manifestaram preocupação quanto à insegurança no abastecimento interno e a pouca atenção dedicação à produção nacional, “visto que a política oficial tem como principal instrumento apenas o crédito rural – praticamente o único fator de estímulo à produção utilizado pelo Governo Federal nos últimos planos safras”.
No ano passado, o Brasil importou 7,2 milhões de toneladas de trigo a um custo de US$ 1,5 bilhão. Para este ano, o mercado estima que as importações do produto alcancem a cifra de US$ 2,6 bilhões ao preço médio de US$ 420 por tonelada. Em janeiro, as importações cresceram 112%, tendo o Brasil gasto cerca de US$ 250 milhões com a compra de 860 mil toneladas, o que representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. No momento, a comercialização está paralisada no mercado interno, situação que tem prejudicado os triticultores nacionais, que devem colher este ano uma safra de 3,8 milhões de toneladas.
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