Brasilia, 02/04/08 - A reunião, de mais de três horas, do endividamento agrícola sinalizou pouca flexibilização da equipe econômica do Governo para negociar os débitos rurais. Nos pontos considerados cruciais para a reestruturação do passivo - juros e prazos - não houve acordo. Na mesa de negociação, ocorrida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estavam o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Alceu Bittencourt, ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, bancada ruralistas da Câmara e Senado e entidades do setor.Conforme o deputado federal Homero Pereira (PR-MT), presidente da Comissão do Endividamento Rural na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), como não houve muito avanço nesta reunião, outra foi marcada para terça-feira (08.04), em que espera encerrar este assunto de vez.
“Estas reuniões como Governo têm sido desgastantes e pouco produtivas. Não avançamos em quase nada desde a apresentação da proposta pela Fazenda (em março). Por isso, a necessidade de estender em novo encontro as negociações. Temos que novamente reformular nossas estratégias de negociação na tentativa de exercer maior pressão junto ao governo”, frisou Homero Pereira.
Pereira afirmou que cada cultura e região terão de traçar suas diretrizes e proposta mais adequadas e ir para o enfrentamento com o Palácio do Planalto. “O segmento do Cacau, do Café, da Soja, do Algodão, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Nordeste, cada um tem suas necessidades no endividamento e deve negociar a melhor ação política para resolver seu problema”, defendeu Pereira.
De acordo com ele, a única sinalização mais positiva foi a possibilidade de aumentar de R$ 56,2 bilhões para R$ 66 bilhões o montante a renegociar. “Não é isso que queremos. Pedimos juros menores, prazos maiores e recálculo da dívida, para que, assim, traga o produtor inadimplente para situação de normalidade e evite nova inclusão de pessoas na dívida ativa da união”.
Em relação aos juros, os parlamentares argumentam que a alíquota mais viável seria 4% aplicada a todas operações. O governo insiste em 9,5% a 10%. No prazo para investimento, o Governo aceitou amplia para oito anos ao invés de cinco anos, e custeio para cinco anos ao invés de três, como consta na proposta apresentada. O setor pede 17 anos de alongamento também para esses contratos.
A dívida em negociação é de R$ 87 bilhões, sendo R$ 74,4 bilhões relativos aos médio e grandes agricultores e pecuaristas e R$ 13 bilhões à agricultura familiar e assentados.
'O montante é grande, assim como é a resposta positiva da agricultura à sociedade e aos indicadores econômicos do governo', defendeu Pereira. (foto: Guida Gorga)
Autor: Joana Dantas
Fonte: Ass. Imprensa dep. Homero
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