segunda-feira, 11 de abril de 2011
Presidente da Comissão de Agricultura defende maior competitividade dos produtos agropecuários brasileiros na França
O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, deputado Júlio César (DEM), defendeu durante jantar com o ministro de Agricultura da França, Bruno Le Maier, na embaixada francesa em Brasília, uma maior troca de tecnologias entre os dois países. Também teceu críticas aos altos subsídios do governo francês e da União Européia, que às vezes impedem exportação de produtos brasileiros com preço mais competitivo.
“Eu sei que o senhor não gosta muito de tratar de subsídio, mas é uma questão que precisamos rever”, falou Júlio César, durante a abertura do encontro que contou com a presença de altos executivos de empresas da área de agronegócio brasileiro e técnicos do Ministério da Agricultura do Brasil, além de membros do Itamaraty.
O ponto de intriga levantado pelo parlamentar, que vai contra os 'Princípios da Concorrência Leal', estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), é um dos principais questionamentos do Brasil contra a União Européia na OMC, órgão mundial que resolve conflitos de ordem comercial internacional entre seus países membros, baseados em acordos pré-estabelecidos, que depois de votados pelos parlamentos de cada nação, passam a regular a relação comercial entre os envolvidos.
Júlio César também fez uma exposição do atual momento agrícola por que passa o Brasil, com o aumento de produção e a possibilidade de aumentá-la ainda mais após a instituição de um Código Florestal sem amarras - como a moratória de cinco anos -, feito que beneficiaria estados em desenvolvimento, como é o caso do Piauí, considerado uma das últimas fronteiras agrícolas do País.
“De qualquer forma, há um forte interesse nosso em estreitar essas relações entre Brasil e França, Brasil e União Européia, com o intuito também de aumentar as nossas exportações”, acrescentou. Júlio César frisou ainda que diante do interesse dos franceses em se aproximar do setor agrícola brasileiro, colocou a Comissão de Agricultura da Câmara Federal a disposição do governo da França, dos produtores, associações e entidades de classe francesas.
Para o ministro da Agricultura francês é necessário construir um novo mecanismo global de maior ajustamento na produção agrícola, pois há perigos iminentes. "Hoje existem dois riscos. O primeiro é o perigo de uma bolha de especulação sobre os produtos agrícolas. O segundo é o risco de uma produção insuficiente, que pode gerar revoltas causadas pela fome", afirmou. Para Le Maire, os países que são os principais produtores mundiais precisam se unir para combater esses problemas, inclusive oferecendo apoio aos países menos desenvolvidos.
O principal motivo da visita do ministro francês ao Brasil trata-se do plano de ação que os franceses levarão à reunião de ministros de agricultura do G-20, que ocorrerá nos dias 22 e 23 de junho, em Paris. Le Maire disse que esse plano de ação é dividido em quatro grandes pontos: maior transparência no controle de estoques, mais cooperação entre os países do G-20 na regulação do mercado de produtos agrícolas, apoio a países pobres e, principalmente, combate à especulação nos mercados de alimentos.
"Se não regularmos o mercado agrícola, será feito o mesmo erro que ocorreu com o mercado financeiro [nos Estados Unidos]", declarou o ministro francês, explicando que a França defende a regulamentação dos mercados financeiros, e não o controle de preço das commodities.
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