quarta-feira, 25 de abril de 2012

Comissão discute programas da agricultura familiar

Brasília 25/04/2012 – A comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) realizou nesta terça-feira audiência publica para discutir e esclarecer dúvidas de dois programas da agricultura familiar.

O debate, promovido pelo deputado Zé Silva (PDT-MG), abordou questões do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que garante a exoneração de obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja  liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais; e do Programa de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), que tem como objetivo garantir a sustentação de preços dos produtores, a manutenção das atividades produtivas e estimular a diversificação da produção.

Durante o debate, o representante da Confederação Nacional da Agricultura, Nilson Camargo, criticou o sistema utilizado pelo Banco do Brasil (BB) no Proagro, afirmando que cerca de 50 mil produtores aguardam o pagamento do “seguro” da safra de 2005/2006. 

No entanto, o representante do BB, Álvaro Tosetto, informou que não são 50 mil processos e sim 2 mil operações que aguardam o pagamento. Segundo ele, foi só neste período que houve um atraso significante, e que o tempo médio para análise dos processos é de apenas 15 dias, mas em situações como as de seca os problemas são agravados e consequentemente há espera.

O representante do Banco do Nordeste do Brasil, Luiz Sérgio Machado, afirmou que os problemas começam com a pequena quantidade de peritos que fazem as vistorias da produção para dar entrada aos processos. 

Na mesma linha, o membro do Comité Européen del Droit Rural (CEDR), Lutero Ferreira, acrescentou que os programas devem pensar em qualificar os agentes fiscalizadores para que o produtor não seja prejudicado. Em sua opinião, é preciso realizar um conselho para propor mudanças aos programas e rever a legislação para melhoraria dos projetos.

Já o representante da Confederação Nacional dos Trabalhos na Agricultura, Antoninho Rovaris, informou que não se pode ver o Proagro como um seguro e sim como um programa, só que as regras atuais são de seguro e precisam ser revistas.

Ao final do debate, o deputado Zé Silva (PDT-MG) afirmou que atualmente somente os bancos tem se beneficiado com os programas. “O agricultor não vê o dinheiro dessas indenizações”, ressaltou.

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