quarta-feira, 14 de maio de 2008

Líderes do agronegócio querem mudança no FRA

Brasília, 14/05/08 - Sem nenhuma liberação de crédito proveniente do programa de renegociação de dívidas dos produtores rurais com fornecedores privados, sob aval do Fundo de Recebíveis do Agronegócio (FRA), desde a publicação da Medida Provisória (há mais de 1 ano), líderes do agronegócio pediram mudança nos critérios de exigências adotados pelo Banco do Brasil, gestor da operação, para que os R$ 2,2 bilhões disponíveis sejam aplicados.
Entidades do segmento e parlamentares da bancada ruralista se reuniram nesta terça-feira (13.04) com os secretários executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abatecimento (Mapa), José Gerardo Fontelle, o adjunto de Microfinanças e Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, e o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, para discutir os problemas para a efetiva aplicabilidade do FRA e soluções. (foto)
De acordo com Vaz, foram formalizadas pelo BB somente 32 operações, ao valor total de R$ 27,3 milhões. Nada ainda liberado. “Existem pendências administrativas que estão sendo resolvidas entre o Banco e o Tesouro Nacional. Assim que forem concluídas, as liberações podem até aumentar”, afirmou o diretor de Agronegócio.
O deputado Homero Pereira (PR-MT), um dos porta-vozes do setor no Congresso, criticou a sistemática do banco para aprovar a operação. “O banco está exigindo capacidade de pagamento e avaliando limite de crédito, critérios não acordados com o Governo anteriormente. O produtor, que precisa do programa, não tem limite para garantir a operação, não tem capacidade de pagamento por um bom tempo e tem restrição cadastral. Estas exigências travam o FRA, e se não mudar, ninguém irá conseguir acessar esse recurso”, disparou Pereira.
Em tom emocionado, o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, afirmou que ajudar o produtor a continuar na atividade é mais uma questão social que técnica. “Estamos falando de mais de nove mil produtores em dificuldades, muito deles podem deixar a atividade, pois estão sem capacidade financeira para continuar. Quer dizer que o Governo não se preocupa com essas famílias? Estamos falando de uma situação social que o país precisa enfrentar”, disse Silveira.
O adjunto da Fazenda foi enfático ao afirmar que a análise cadastral do cliente e a avaliação da capacidade de pagamento nos próximos cinco anos, são normas mínimas do mercado financeiro para liberar crédito.
Um novo encontro foi agendado para 30 dias. Tempo para a diretoria do banco do Brasil estudar medidas que facilitem a operação. “Não agüentamos mais está situação. Precisamos de uma definição clara sobre o FRA”, cobrou Glauber.
Também participaram da reunião, o senador Gilberto Goellner, os deputados Valdir Colatto, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Moacir Michelleto, o vice-presidente da CNA, Carlos Sperotto, representante da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Benedito Ferreira, o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produção para Defesa Agrícola (Sindag), Amaury Paschoal Sartori, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Rodrigues.
Autor: Joana Dantas/ Fonte: Ass. Imprensa Homero Pereira.

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