quinta-feira, 16 de abril de 2009

Milho: crise mundial favorece o Brasil

I Fórum Internacional da Economia do Milho reuniu Brasil, EUA e Argentina para debater perspectivas de mercado

Entre os principais produtores de milho mundiais, o Brasil é o que apresenta as melhores condições de aumentar as exportações e, consequentemente, sua participação no abastecimento internacional do grão. Esse foi o balanço do debate entre autoridades internacionais no assunto, que se reuniram no I Fórum Internacional da Economia do Milho, que aconteceu nesta quinta-feira, 16 de abril, na AgroBrasília 2009.
Responsáveis por 40% do volume de milho produzido no mundo, os Estados Unidos não têm mais área livre para aumentar a produção, segundo dados do USDA apresentados no Fórum e já estão próximos ao pico de produtividade. A China, por sua vez, segundo produtor mundial, consome tudo o que produz e já começa a importar. Milhocultores da Argentina, outro tradicional exportador do grão, no momento, veem mais vantagens no cultivo da soja, o que está dificultando a ampliação da área cultivada com milho.
"Sobra o Brasil, que possui área, tecnologia e vontade do produtor", analisa Odacir Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Segundo ele, falta apenas incentivo ao produtor brasileiro. "O produtor precisa de financiamento para plantar milho, e isso é resultado de políticas públicas que estimulem a milhocultura", defende.
Ao lado da entidade, estiveram presentes no Fórum a adido agrícola Estados Unidos na embaixada americana, Julie Morin, o pesquisador João Carlos Garcia, da Embrapa Milho e Sorgo, e Pablo Adriani, da AgriPAC Consultores SRL, da Argentina. De acordo com Morin, apenas entre 15% e 20% do milho americano são destinados à exportação, e esse cenário deve assim permanecer devido à crise.
Segundo Adriani, a crise mundial não afetou o consumo de alimentos. "O que diminuiu foi o consumo de automóveis, de petróleo e combustíveis, de telefones, de imóveis e de tecnologia. A necessidade de alimentos permaneceu, se não aumentou" , raciocinou. Em relação ao mercado de milho, segundo ele, a tendência foi a mesma, puxada sobretudo pela produção de etanol (especialmente nos EUA) e proteína animal.
João Carlos Garcia seguiu argumentação semelhante para explicar os principais destinos do milho brasileiro: frangos e suínos. Para ele, o país precisa integrar o que há de melhor em logística, armazenamento, distribuição e tecnologia para garantir a qualidade do milho e custos competitivos. "O próximo passo da produtividade é a tecnologia", afirmou.
"Milho é um insumo fundamental praticamente em todo o mundo", completou João Carlos Werlang, presidente institucional da Abramilho e um dos idealizadores da feira. "Existe demanda interna e externa para o milho brasileiro. A crise não afetou essa demanda, mas trouxe a dificuldade de financiamento, e é isso o que devemos solucionar", concluiu.

Sobre a Abramilho
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) é uma entidade civil com sede em Brasília que mantém como afiliados associações estaduais, independentes ou em parceria, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Piauí e também no Distrito Federal. A Abramilho foi criada em 2007, como um movimento espontâneo dos produtores de milho pela necessidade de se organizarem diante dos desafios nacionais e internacionais vivenciados pela cultura nos últimos anos.

Mais informações para a imprensa:
Barcelona Soluções Corporativas
(11) 3034 3639

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