A audiência apurou denúncias de ação abusiva de agentes da fiscalização do ministério do trabalho, do ministério público do trabalho e da polícia federal contra produtores rurais.
Na tarde desta terça-feira (27), a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) reuniu-se para apurar as denúncias de abuso que ocorreram na cidade de Ibiraiaras no Rio Grande do Sul, no Oeste da Bahia e outras regiões. A sessão contou com a participação de representantes do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal, do Consórcio de Empregadores Rurais de Ibiraiaras e de Sindicatos do Oeste da Bahia.
Os empregadores rurais afirmam que durante uma fiscalização ocorrida em 07 de Julho deste ano, policiais federais, agentes do ministério do trabalho e do ministério público do trabalho cometeram abusos de poder durante a ação. “Policiais entraram em minha loja armados e com o dedo no gatilho” contou um dos produtores rurais presentes. Segundo a Coordenadora Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público, Dra. Débora Farias, os trabalhadores da região eram submetidos a condições de trabalho insalubres “Vários vieram da cidade de Pedreiras no Maranhão e estavam enfrentando temperaturas de zero grau sem a proteção necessária” relatou a Coordenadora.
Após a exposição dos convidados a palavra foi passada aos deputados presentes, muitos apontaram a situação dos produtores rurais que vivem sem incentivo do governo e com a dificuldade de contratação de mão de obra. “Muitos empregadores não conseguem contratar, pois o trabalhador rural não quer a carteira assinada” disse um dos deputados. A falta de interesse dos trabalhadores pela carteira assinada ocorre porque com ela perde-se o benefício do Bolsa Família, o que compromete a renda familiar.
Parlamentares apelaram para a compreensão por parte da Dra. Débora, porém a representante mostrou-se irredutível em sua posição “Compreendo a situação, mas acredito que o trabalhador aqui está sendo colocado em segundo lugar e não vejo as ações como abusivas e sim como forma de proteção de possíveis conflitos”.
Por Marcos Oliveira
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