A péssima condição das rodovias nacionais, a má utilização do potencial ferroviário e o baixo investimento federal na modernização dos portos brasileiros são entraves preocupantes para agricultores e consumidores de todo o país. A dificuldade no escoamento da safra de grãos 2009/2010, que, como anunciou recentemente a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve ser a segunda maior de toda a história, e da produção de carnes pode gerar prejuízos para os produtores e para o Brasil.
O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, deputado Fábio Souto (DEM/BA), criticou a falha logística do governo brasileiro. Segundo ele, a falta de infraestrutura para escoar a produção é mais um dos problemas alarmantes causados pela falta de valorização do setor agropecuário nacional. “O agricultor brasileiro sofre em todas as etapas do seu trabalho, do plantio à exportação. Insumos caros, inexistência de preços mínimos, clima variável, ataques de grupos organizados às fazendas, leis ambientais distorcidas. Mas mesmo assim produz muito bem. Mas até mesmo na hora de vender a produção e gerar lucros para o país com a exportação ou levar ao cidadão brasileiro alimentos baratos e de qualidade, o governo impõe barreiras. Dessa vez com a incompetência e o desleixo com estradas e portos”, destacou.
Produtores rurais do Centro-Oeste e da região oeste da Bahia são os mais afetados, segundo Souto. A distância do mar, as perdas e as precárias condições das estradas encarecem o preço dos fretes, pesando no orçamento do agricultor. “Tudo isso pode ser revertido em aumento do valor dos produtos nos supermercados, afetando também o consumidor final. É um problema logístico que atinge todos os brasileiros”, afirmou. O deputado lamentou ainda a inexistência de planos estratégicos de médio ou longo prazos para suportar o crescimento benéfico da agropecuária.
Se as estimativas da Conab se confirmarem, o Brasil deverá colher 140 toneladas de grãos este ano, a segunda maior safra da história, perdendo apenas para 2007/2008. “Que bom seria se o país desse o valor merecido à agricultura. Que bom se o Governo trabalhasse para que toda a capacidade do campo fosse revertida em lucro, tanto para o país como para esses agricultores”, ressaltou o parlamentar.
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