Os altos custos de produção agrícola, uma das maiores preocupações do setor agropecuário, será o tema de audiência pública na Comissão de Agricultura, da Câmara dos Deputados, na próxima terça-feira, com a presença do Ministro da Agricultua, Reinhold Stephanes. Por conta dos aumentos, parte dos agricultores alterou o calendário de compras de insumos para a safra 2008/2009 na tentativa de conseguirem melhores preços.
Dados divulgados recentemente pela Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos) revelam que a importação desses insumos cresceu 13,7% entre janeiro e maio de 2008, em relação a 2007. O consumo de adubos neste mesmo período aumentou 20% em relação ao ano passado, chegando a mais de R$ 9 milhões de toneladas. Para se ter uma idéia, em 2007, o Brasil consumiu 24,6 milhões de toneladas de fertilizantes, cerca de quatro milhões a mais que 2006. A produção brasileira atingiu 9,8 milhões de ton e as importações de fertilizantes intermediários, 17,5 milhões de toneladas.
Apesar da maior procura, a relação de troca entre fertilizantes e produtos agrícolas – que é a quantidade de produto agrícola necessária para adquirir 1 tonelada de fertilizante – mostra a desvantagem para o produtor. No caso da soja, uma das principais comodities agrícolas, em 2005, o produtor gastava 19,6 sacas de 60kg do grão para cada tonelada de fertilizantes utilizados na lavoura. Ao preços atuais, o agricultor terá que investir 22,1 sacas de 60kg pela mesma quantidade do insumo.
O caso mais significativo é do algodão. Para adquirir uma tonelada de fertilizante, o produtor desembolsará, nesta safra, o equivalente a 64,9 arrobas de 15kg de algodão (com caroço). Pelos preços de 2007, ele gastaria 47,2 arrobas. Uma prejuízo de 17,7 arrobas.
De acordo com a Agência Estado, fontes do setor calculam que do total de cerca de 1,5 milhão de toneladas representam a antecipação de compras de fertilizantes. O diretor executivo da Associação das Misturadoras de Adubos (Ama-Brasil), Carlos Eduardo Florence, observa que o cenário de alta prevalece. "O cloreto de potássio que está chegando agora ao mercado custou em média US$ 800 a tonelada. Mas para entregas em agosto, o produto está em média US$ 1.000/tonelada", afirma.
A Alta dos preços dos insumos agrícolas, destaca o diretor executivo da Anda, Eduardo Daher, em recente artigo publicado pela entidade, vem do desequilíbrio entre oferta e procura. "Com aquecimento na demanda [por alimentos] a pressão sobre a produtividade agrícola no campo gerou também um dramático desequilíbrio na demanda por fertilizantes e suas matérias-primas. Trata-se de um fenômeno internacional. Os preços se elevaram em todos os cantos do mundo." Daher será um dos palestrantes na Audiência pública de terça.
Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), a alta dos fertilizantes terá grande impacto sobre os custos de produção, especialmente no Centro-Oeste. No Mato Grosso, maior produtor de soja do País, os adubos costumam representar entre 30% e 40% do custo operacional, mas com os reajustes recentes poderá chegar a 47%. "Não há perspectiva de produzir alimento barato neste ano", disse o pesquisador do Cepea/Esalq, Mauro Osaki, em entrevista recente à Agência Estado.
Outro item em alta na lista dos produtores é o glifosato, defensivo utilizado no combate às ervas daninhas que afetam as lavouras. Números preliminares do Cepea/Esalq apontam aumento de 40% no valor deste produto, que passou da média de US$ 6 por litro na safra passada para cerca de US$ 8,5 a US$ 9 por litro neste ano. Neste caso, o impacto deve ser maior sobre os agricultores que optam por sementes transgênicas, já que estas lavouras recebem mais aplicações desta classe de defensivo que as convencionais. Mesmo com o aumento, consultores da área acreditam que o plantio de organismos geneticamente modificados não deve ser reduzido, por se tratarem de boa opção de manejo e controle das lavouras.
Já confirmaram presença à audiência o secretário de Geologia, Mineração e Trasnformação Mineral do MME, Cláudio Scliar e o diretor de Fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral, Walter Lins Arcoverde (MME).
O Ministro Extraordinário para Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, foi convidado, mas avisou que não participará. A Comissão ainda aguarda a confirmação do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, Fábio Salles Meirelles e da Secretária de Direito Exconômico do MJ, Mariana Tavares de Araújo.
(Guida Gorga/Capadr - com informações da Agência Estado)
Dados divulgados recentemente pela Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos) revelam que a importação desses insumos cresceu 13,7% entre janeiro e maio de 2008, em relação a 2007. O consumo de adubos neste mesmo período aumentou 20% em relação ao ano passado, chegando a mais de R$ 9 milhões de toneladas. Para se ter uma idéia, em 2007, o Brasil consumiu 24,6 milhões de toneladas de fertilizantes, cerca de quatro milhões a mais que 2006. A produção brasileira atingiu 9,8 milhões de ton e as importações de fertilizantes intermediários, 17,5 milhões de toneladas.
Apesar da maior procura, a relação de troca entre fertilizantes e produtos agrícolas – que é a quantidade de produto agrícola necessária para adquirir 1 tonelada de fertilizante – mostra a desvantagem para o produtor. No caso da soja, uma das principais comodities agrícolas, em 2005, o produtor gastava 19,6 sacas de 60kg do grão para cada tonelada de fertilizantes utilizados na lavoura. Ao preços atuais, o agricultor terá que investir 22,1 sacas de 60kg pela mesma quantidade do insumo.
O caso mais significativo é do algodão. Para adquirir uma tonelada de fertilizante, o produtor desembolsará, nesta safra, o equivalente a 64,9 arrobas de 15kg de algodão (com caroço). Pelos preços de 2007, ele gastaria 47,2 arrobas. Uma prejuízo de 17,7 arrobas.
De acordo com a Agência Estado, fontes do setor calculam que do total de cerca de 1,5 milhão de toneladas representam a antecipação de compras de fertilizantes. O diretor executivo da Associação das Misturadoras de Adubos (Ama-Brasil), Carlos Eduardo Florence, observa que o cenário de alta prevalece. "O cloreto de potássio que está chegando agora ao mercado custou em média US$ 800 a tonelada. Mas para entregas em agosto, o produto está em média US$ 1.000/tonelada", afirma.
A Alta dos preços dos insumos agrícolas, destaca o diretor executivo da Anda, Eduardo Daher, em recente artigo publicado pela entidade, vem do desequilíbrio entre oferta e procura. "Com aquecimento na demanda [por alimentos] a pressão sobre a produtividade agrícola no campo gerou também um dramático desequilíbrio na demanda por fertilizantes e suas matérias-primas. Trata-se de um fenômeno internacional. Os preços se elevaram em todos os cantos do mundo." Daher será um dos palestrantes na Audiência pública de terça.
Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), a alta dos fertilizantes terá grande impacto sobre os custos de produção, especialmente no Centro-Oeste. No Mato Grosso, maior produtor de soja do País, os adubos costumam representar entre 30% e 40% do custo operacional, mas com os reajustes recentes poderá chegar a 47%. "Não há perspectiva de produzir alimento barato neste ano", disse o pesquisador do Cepea/Esalq, Mauro Osaki, em entrevista recente à Agência Estado.
Outro item em alta na lista dos produtores é o glifosato, defensivo utilizado no combate às ervas daninhas que afetam as lavouras. Números preliminares do Cepea/Esalq apontam aumento de 40% no valor deste produto, que passou da média de US$ 6 por litro na safra passada para cerca de US$ 8,5 a US$ 9 por litro neste ano. Neste caso, o impacto deve ser maior sobre os agricultores que optam por sementes transgênicas, já que estas lavouras recebem mais aplicações desta classe de defensivo que as convencionais. Mesmo com o aumento, consultores da área acreditam que o plantio de organismos geneticamente modificados não deve ser reduzido, por se tratarem de boa opção de manejo e controle das lavouras.
Já confirmaram presença à audiência o secretário de Geologia, Mineração e Trasnformação Mineral do MME, Cláudio Scliar e o diretor de Fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral, Walter Lins Arcoverde (MME).
O Ministro Extraordinário para Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, foi convidado, mas avisou que não participará. A Comissão ainda aguarda a confirmação do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, do presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, Fábio Salles Meirelles e da Secretária de Direito Exconômico do MJ, Mariana Tavares de Araújo.
(Guida Gorga/Capadr - com informações da Agência Estado)
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